2012 foi o ano onde os super-heróis dominarem o cinema, iniciando com o desnecessário Motoqueiro – Fantasma 2, depois vieram Os Vingadores, O Espetacular Homem-Aranha, Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge e findando com Judge Dredd, o único estranho no ninho foi Prometheus trazendo a aguardada volta de Ridley Scott à ficção cientifica e ao universo de Alien.
Citei estes filmes, pois a maioria rendeu altas expectativas e movimentaram a internet durante boa parte do ano, depois desta maratona alguns se confirmaram como bons filmes, outros foram questionáveis e outros com o passar dos meses começam a desbotar…
Correndo por fora, como todo bom “azarão”, eis que surge Looper. O filme acompanha a trajetória do assassino Joseph “Joe” Simmons (Joseph Gordon-Levitt), que trabalha para máfia, estes executores recebem a denominação de Looper. A máfia criou um sistema de “limpeza” que consiste em eliminar vítimas enviando-as para o passado, onde os Loopers executam e somem com seus corpos. Vale ressaltar que a viagem no tempo só será inventada em 30 anos, sendo uma via de mão única então.
Até ai tudo bem, o problema ocorre quando a versão madura de Joe (Bruce Willis) é enviada ao passado para ser eliminado por sua contraparte mais jovem (Gordon-Levitt), Willis foge e isto põe a máfia no encalço de ambos e, claro, Lewitt caçando Willis. A partir deste momento o diretor e também roteirista, Rian Johnson, brinca de forma ágil com todas as possibilidades que este jogo de gato e rato paradoxal pode proporcionar.
O mais legal é que o roteiro não se prende em explicar e nem justificar este paradoxo, a versão madura de Joe (Willis) chega a repudiar uma tentativa de sua versão mais jovem (Levitt) de iniciar uma conversa sobre o tema.
Com diálogos bacanas e pequenas sutilezas como o incessante tique-taque do relógio de bolso de Joe anunciando a fugacidade do tempo, a trama transcorre trazendo surpresas que os fãs de ficção vão vibrar, pois a viagem no tempo é apenas um dos elementos abordados, temos a mutação que aparece de forma singela no inicio do filme e toma um rumo inesperado, trazendo momentos simplesmente eletrizantes ao espectador.
A cereja do bolo de Looper é que todos os personagens possuem suas motivações construídas de forma plausível e, em determinado momento da trama, é fácil você se pegar torcendo por um dos personagens e justificando sua motivação e alguns minutos depois você já esta torcendo por outro sem nem pestanejar.
Assim nesta torrente conflituosa de emoções, acabamos constatando que todas as motivações são válidas, e tem seu preço para serem executadas. O que torna os principais “jogadores” em figuras críveis e humanizadas saindo dos estereótipos batidos dos “Heróis” e “Vilões” que pulularam nas telas em 2012.
Respondendo a questão título deste texto que é “por que você deve assistir Looper”?
- Porque Joseph Gordon-Levitt esta à vontade com as próteses e trejeitos para se assemelhar a Willis, confirmando que este realmente é seu ano e mostrando que é um excelente ator;
- Porque Bruce Willis comprova que sabe escolher como ninguém as produções em que se envolve e mostra também que ainda é um dos caras mais durões do cinema;
- Porque existe vida além dos uniformes de super-heróis e dos famigerados remakes, pois como em todo filme que envolve paradoxo temporal, o final de Looper, que é emocionante, não garante absolutamente nada…
Looper
- EUA , 2012 – 118 min.
- Ficção científica
- Direção: Rian Johnson
- Roteiro: Rian Johnson
- Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Bruce Willis, Emily Blunt, Jeff Daniels, Paul Dano, Piper Perabo, Garret Dillahunt, Tracie Thoms, Anh Huu, Pierce Gagnon
Sobre o Autor
É Bacharel em Psicologia, porém optou por sua grande paixão trabalhando como ilustrador e quadrinhista. É sócio do Pencil Blue Studio e Ponto Zero, podendo assim viver e falar do que gosta: quadrinhos, cinema, séries de TV e literatura.