A espera acabou. Após o artigo sobre as impressões do Xbox One, chegou a vez de falarmos sobre o PlayStation 4 da Sony, e sobre como a gigante japonesa se preparou para encarar a 8ª geração.
O PS4 fora da “caixa”
Ao contrário da caixa da Microsoft, a Sony resolveu se “preocupar menos” com a aparência da embalagem, e focar mais na praticidade. É, basicamente, uma maleta onde o console está muito bem condicionado. Além do PS4, acompanham no set um controle Dual Shock 4, cabo USB 3.0 para transferência de dados e recarregamento do controle, cabo HDMI 2.0, cabo de força, fone de ouvido para voz, voucher de 3 meses para a PSN Plus e manuais.
#Prós: Caixa prática, imitando uma maleta. Conteúdo excelente e completo.
#Contras: Para algumas pessoas, a caixa pode parecer simples demais.
O Hardware
Com um design curioso e ao mesmo tempo moderno, o PS4 vem seguindo a nova política da Sony de praticidade. Ele é pequeno, leve, feito para caber em qualquer lugar na estante. Como no console concorrente, o uso dos sensores é algo muito bem definido aqui. Com um leve toque no sensor de cima, ele liga o console, enquanto que o de baixo, ejeta o disco.
O PS4 possui duas entradas USB 3.0 (dianteiras), entrada de força, uma entrada exclusiva para a câmera PSEye, entrada ótica, HDMI 2.0 com suporte para resoluções 1080p e 4K (somente de saída), entrada de rede e como no PS3, drive com leitor de Blu-Ray e DVD.
Como dito anteriormente, seu design diferenciado chama a atenção. Faz questão de mostrar visualmente que é algo novo. Porém, o preço para isso é que, como o console é pequeno, ele esquenta bastante
#Prós: Console bonito, com “cara” de nova geração. Ocupa pouco espaço na estante. Por ser bem leve, facilita procedimentos de limpeza e qualquer manutenção.
#Contras: Disposição de entradas estranhas. Entradas USB somente na frente. Devido a péssima localização das saídas de ar, o console pode esquentar muito.
A Arquitetura do Sistema
Compõem o PS4: Processador personalizado Single-Chip, CPU AMD “Jaguar” x86-64 de 8 núcleos, GPU 1,84 TFLOPS, placa AMD Radeon Graphics Core Next engine, GDDR5 8GB, Ethernet (10BASE-T, 100BASE-TX, 1000BASE-T), IEEE 802.11 b/g/n, Bluetooth 2.1 (EDR) e HD integrado de 500 GB.
Mais do que qualquer coisa, sem dúvida, o sistema é onde o PS4 brilha. Com um sistema altamente simplificado, navegar pelo console é algo que deveria ser padronizado para várias plataformas. A dashboard com interface em cascata, mostra de imediato o que você quer, tudo ao toque de um botão.
O acesso à PlayStation Network/Store (PSN) segue esse estilo. Ao contrário do que acontecia com o PS3, navegar pela rede ocorre sem travas e de forma muito dinâmica. Ponto positivo pela arquitetura do sistema, que faz com que tudo seja integrado de forma linear e intuitivo.
Outro ponto positivo que DEVE ser comentado: Esqueça das intermináveis instalações e atualizações que ocorriam na geração passada. É evidente que tudo isso permanece, porém, o sistema do PS4 torna isso praticamente imperceptível. Você coloca o disco e começa a jogar de imediato. A única coisa que ele faz, é “não permitir” certas opções de jogo enquanto a instalação não é 100% concluída, como o multiplayer, por exemplo.
#Prós: Configurar o console é simples. A velocidade do sistema, aliada à sua interface, torna a navegação no console rápida e intuitiva.
#Contras: O HD de 500 GB que vem de fábrica não é suficiente para todos os recursos que o console oferece. Devido ao sistema potente, deve-se ter um cuidado a mais para evitar o superaquecimento do aparelho.
O Dual Shock 4
De longe, uma das maiores mudanças em um controle nessa geração. Mesmo mantendo o design base das gerações anteriores, a Sony resolveu adicionar “gadgets” que aprimoraram o ato de se jogar. Primeiramente, devemos falar das novidades:
a) O touchpad: À primeira vista, ele parece algo estranho e meio sem funcionalidade, no entanto, é no ato de se jogar que ele mostra que é essencial. Ele funciona tanto no toque quanto na pressão. Tem funções diversas como auxiliar em algum comando, ativação de mapas, inventário e ser um componente complementar, por exemplo, para “quicktime events”. Vai de cada jogo escolher qual função terá. Não é pré-definido.
b) Botão Share: Como o próprio nome sugere, serve para o compartilhamento de coisas que você faz durante os jogos, tanto de imagens, vídeos ou transmissões ao vivo. Localizado a esquerda do toutchpad, com um simples toque, você abre as opções de captura, escolhe se quer vídeo (até 15 minutos) ou captura de tela, e em seguida, escolher qual rede social integrada quer compartilhar (Facebook, Twitter). Trasmissões ao vivo ocorrem da mesma forma. Pode ser usado tanto o You Tube, quanto o Twitch TV.
c) PS Move Integrado: O PS Move foi a aposta da Sony na geração passada. Apesar de a ideia ser excelente, o apelo para a tecnologia foi pouco receptivo para o público mais “hardcore”. Sabendo que uma boa ideia tinha sido criada, mas mal executada, a Sony integrou essa tecnologia ao controle. A luz triangular colorida, não serve apenas para definir quem é o player 1 e player 2. Dos jogos até então, o que melhor usou essa tecnologia até agora, foi “Infamous: Second Son”. Existe momentos em que o protagonista precisa fazer “pichações” na cidade, então, o jogador deve virar o Dual Shock como se fosse uma lata de tinta spray, sacudir e começar a “grafitagem”. Isso sem precisar da câmera PS Eye 2, apesar da promessa da Sony de fazer bom uso dessa tecnologia nessa geração. Então, só resta aguardar.
Outra novidade que podemos destacar, é a “aposentadoria” do botão Start, sendo substituído pelo botão Options, mas relaxem quanto a isso, pois a função é a mesma de sempre. Mudança mesmo, só no botão de compartilhamento.
Não esquecendo de destacar também as mudanças ergonômicas no Dual Shock 4. Agora ele é um pouco mais largo que o Dual Shock 3, os direcionais analógicos estão mais afastados e mais curtos, deixando o ato de jogar ainda mais preciso, e finalmente, eles corrigiram uma das maiores reclamações dos usuários do PS3: finalmente os gatilhos L2 e R2 são botões decentes. A forma como eles foram projetados, combinaram perfeitamente com design do controle como um todo. É como se naturalmente seus dedos médios se “encaminhassem” para os gatilhos L2/R2, enquanto que os indicadores se mantém nos botões L1/R1.
O DS4 mantém o uso da bateria interna de lítio. E dessa vez, ele pode ser carregado via stand by no console. O lado negativo é que, com tantas funções novas, a autonomia da bateria do controle sofreu impacto. Ela não dura mais que 8 horas ativamente. Ou seja, ou você vive recarregando o controle, ou compra dois, para tê-los sempre recarregados.
#Prós: O Dual Shock 4 evoluiu nessa geração. Tecnologia integrada. O botão share é excelente e fácil de ser utilizado. Gatilhos R2 e L2 excelentes. Design ergonômico, é o controle mais confortável da Sony. Fone de ouvido diretamente plugado no controle.
#Contra: Destaco apenas uma e a principal. Bateria de pouca durabilidade. “Obriga” o jogador a adquirir um controle secundário para não ter surpresas enquanto joga.
Os Jogos
Quem investe em um console de nova geração quer nada menos que jogos. E fato é, jogos em grande número, só a partir de 2015. Mas nada é tão preocupante. Apesar do que dizem por aí, existem SIM jogos a serem desfrutados. Além dos jogos multi-plataforma, temos os exclusivos do console Resogun, Warframe (jogos digitais Free para quem possui conta Plus), Infamous: Second Son e The Last of Us Remastered.
Fato é, 2015 será o ano em que os jogos next-gen mostrarão sua verdadeira face, mas saiba que o que ainda resta de 2014 deve ser considerado para quem está pensando em comprar o console. Além do recém lançado “The Last of Us Remastered” (considerado o melhor jogo da geração passada) teremos os multi-plataforma Call of Duty: Advanced Warfare, Destiny, FarCry 4 e The Crew.
#Prós: Perspectivas de grandes lançamentos futuros. Promessas de jogos em 1080p e em 60fps em, pelo menos, 95% dos títulos.
#Contra: Falta de exclusivos no lançamento. Jogos mais caros no Brasil que seu concorrente direto.
E o Futuro?
Claramente a Sony fez valer os erros cometidos, transformando-os em aprendizado e uma nova reestruturação interna, igualando a “guerra” no mercado de games. A gigante japonesa entrega um belo console, estável, com uma rede cada vez mais sólida e grande apoio de desenvolvedoras “third party”. Se tem algo a se respeitar nos consoles da marca PlayStation, são seus exclusivos.
Dito tudo isso, posso apostar que essa geração, será a melhor e mais competitiva da história. Ambos os principais consoles estão em pé de igualdade em tudo, seus hardwares são equivalentes, redes online mais seguras e estáveis, a tecnologia de desenvolvimento de jogos está plenamente dominada, sem esquecer que essa geração, promete ser a geração dos indie games. O que significa pessoas “comuns” tendo apoio para criar, e que no futuro podem se mostrar grandes gênios dos games.
Sobre o Autor
Diego é Engenheiro de Telecomunicações de formação, gamer, leitor de quadrinhos renegado, e acredita que um Hadouken bem aplicado sempre resolve as coisas.