No mundo inocente onde vivo, a DC Comics dá “total” liberdade criativa para os seus autores e com toda certeza acredito que ninguém teve acesso a esta capa antes de divulgá-la, e se o conteúdo era inadequado para o produto e ofensivo ao público que se destina, então que o editorial da dita revista veta-se a arte em questão, afinal, pra que servem editores, departamento de marketing e sei lá mais quais setores dentro de um conglomerado como a DC Comics/ Warner tem para cuidar da imagem de seus produtos perante a comunidade de fãs e consumidores, né?
Raphael Albuquerque ao UOL (veja direto no site AQUI):
“Uma revista voltada para o público feminino adolescente não deve ter uma capa pesada como essa. Independente da questão de quem está certo ou errado, a capa que eu fiz não serve a proposta que deveria ter”, disse o artista. “Não acho que uma revista que tenha a intenção de elevar a autoestima feminina deva ter uma imagem que pode sugerir o contrário”.
Alguém falou editor, ouvi a palavra editor?
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No mundo inocento onde vivo, a DC Comics não esta lucrando nada com esta super exposição de sua revista, no caso Batgirl…
No mundo inocente onde vivo, ninguém cede por “livre e espontânea pressão”, pois isto se chama apenas “liberdade de expressão”, que cabe rever o que se propôs quando percebe que algo fugiu ao controle e pode trazer prejuízo para sua carreira…
No mundo inocente onde vivo, devemos fazer de conta que a violência não existe e que o fato de se retirar uma capa alternativa de uma publicação vai fazer com que o mundo se torne um lugar melhor, afinal sublimamos mais uma vez a realidade…
No mundo inocento onde vivo, o passado deve ser esquecido porque hoje os conceitos abordados e “tolerados” são outros…
No mundo inocente onde vivo não tem espaço para o Robocop de 1987, Watchmen, Piada Mortal, Um Dia de Fúria, Os Trapalhões, etc…
Porém no mundo inocente onde vivo tem espaço para 50 Tons de Cinza…
Fredric Wertham, autor do livro Seduction of the Innocent contribuiu para surgimento do Comics Code e se não me falha a memória, foi acolhido pela sociedade na época…
Bem senhoras e senhores, bem-vindos ao século XXI e ao mundo inocente onde vivo…
Para conhecer mais do trabalho do artista brasileiro Rafael Albuquerque acesse seu site pessoa AQUI
Sobre o Autor
É Bacharel em Psicologia, porém optou por sua grande paixão trabalhando como ilustrador e quadrinhista. É sócio do Pencil Blue Studio e Ponto Zero, podendo assim viver e falar do que gosta: quadrinhos, cinema, séries de TV e literatura.