O evento Comi Con Experience – CCXP que vai acontecer no próximo mês de dezembro, reunirá mais uma vez milhares de aficionados por séries de TV, Filmes, games, RPG, action figures e várias áreas de interesse dentro do universo cultural que formam este meio de entretenimento e com toda certeza os quadrinhos, que foram os precursores deste tipo de convenção terão seu espaço em mais esta edição do evento.
Qual momento melhor para um autor de quadrinhos lançar seu projeto se não num evento destes? A matemática é simples, publico consumidor concentrado mais obra saindo do forno igual a vendas a vista.
Nesta empreitada o artista Elton Thomasi irá trazer a público o seu mais novo projeto, fazendo sua estreia como roteirista em Iguarias, obra que promete trazer entretenimento de qualidade além de contar com excelentes artistas alguns com bastante tarimba no mercado internacional, como no caso de Thony Silas que já emprestou seu traço para vários personagens da Marvel e DC Comics.
A OBRA
“Iguarias”, a primeira HQ autoral do desenhista Elton Thomasi (“Marshal Strong”, Avatar Press (Sakay Project) “Máquina Zero #1 e #2”, “Never Die Club”), nasceu de uma parceria com os roteiristas Marcelo Ferreira e Abrahão (“Alma” – quadrinho independente) e conta com a participação de Thony Silas (Venom, Justice League: Gods and Monsters, Daredevil: Dark Nights “Batman Beyond”, “Never Die Club”, e Ezequiel Assis, “Argo Comics” e “Máquina Zero #2”), como artistas convidados.
“Iguarias” é uma edição fechada, que traz cinco histórias inéditas em uma edição de 40 páginas, formato luxo americano (26 x 17 cm), capa colorida (Triplex 250g High Gloss) e miolo em couchê 115g, valor R$15,00 (Quinze Reais).
Você pode conhecer mais sobre o trabalho de Elton Thomasi e do projeto Iguarias através dos seguintes canais de comunicação:
http://eltondias.deviantart.com/
http://eltondias.blogspot.com.br/
https://www.facebook.com/iguariascomicbook
A HQ “Iguarias” será lançada no dia 03/12/2015, com exclusividade, na CCXP.
Produção versus Crise
Um assunto que nos é bastante caro aqui na redação do PZ são os rumos da produção autoral de HQs no Brasil, pontos inclusive debatidos em outras resenhas aqui no site como a da HQ Ilhado, por xemplo (veja AQUI), onde elencou-se questões mercadológicas, de produção e acesso ao público. Sempre falamos que o crescimento significativo desta produção por si só não reflete necessariamente o estabelecimento de um mercado de trabalho estável para os produtores, muito menos monetização garantida, que sem sombra de duvidas é o objetivo de todo autor, afinal viver de seu ofício dignamente deve ser a meta básica.
Muitos estão conseguindo lançar seus projetos das mais variadas formas, com o auxilio de plataformas de financiamento, através de parcerias ou coletivos que patrocinam do próprio bolso suas publicações, ou individualmente bancando tudo, isso geralmente baseado numa jornada dupla, onde os ganhos vem de uma profissão mais “convencional” e que viabilizam a publicação dos sonhados projetos ou mesmo através de editais governamentais que visam patrocinar a produção de HQs.
Sem contar com as plataformas de streaming pra HQs como o já badalado Social Comics que recentemente foi incorporado pelo gigante do entretenimento nacional o grupo Omelete, que também detém uma das maiores convenções da América Latina o CCXP, sem contar que em breve o Social Comics ganha um concorrente e o mercado mais uma plataforma de streaming o COSMIC.
Em termos de eventos temos o citado CCXP além do FIQ, GibiCon, ComicCON RS, Santos Comic Con, HQPB e vários outros eventos espalhados Brasil a fora.
Se formos contabilizar o saldo parece bem positivo para a produção nacional, e para o mercado de entretenimento relacionado a estas mídias como um todo, mais ainda quando começamos a notar a presença de algumas destas obras em bancas de revistas, um meio que muitos acreditam estar falido como modelo de escoamento para a produção do sonhado mercado nacional de HQs, afinal o futuro aponta para as publicações digitais.
Contudo o grande teste deste cenário efervescente principalmente em se tratando das HQs será 2016 já que o país vive momentos no mínimo sinistros politica e economicamente falando. Sempre que o Brasil passa por estes períodos críticos o setor que geralmente leva uma surra é o do entretenimento, tanto para editoras, autores independentes e público consumidor, manter suas atividades requer cortes e redefinições muitas vezes estas são bem drásticas, não é incomum muitos leitores diminuírem o consumo de suas estimadas HQs ou mesmo pararem de comprar e consequentemente isto se reflete no sumiço de vários materiais do mercado, já que com vendas baixas e matéria prima cara, afinal com o dólar alto, o encarecimento de vários estágios da produção de uma HQ é inevitável, e isto tudo acaba resultando num círculo vicioso que pode acabar numa retração desta bolha de crescimento e produtividade geralmente sobrevivendo apenas as grandes editoras.
Esta resenha inicialmente pretendia apenas falar do lançamento vindouro de mais uma HQ no caso Iguarias do artista Elton Thomasi, mas repentinamente tornou-se uma típica reflexão de final de ano, a primeira de muitas que geralmente fazemos para apurar os saldos da batalha diária de ser brasileiro, que mesmo exercitando todo nosso otimismo é inegável que estamos rumando para tempos cada vez mais bizarros em um país que não oferece perspectivas para esperamos prosperidade e crescimento, ainda mais se focarmos num meio tão incerto e insípido como o da produção autoral de HQs.
Enfim, vamos ver o que o futuro reserva para as HQs e o tão sonhado mercado no Brasil.
Para aqueles que quiserem pegar um autógrafo com aquele desenho exclusivo do artista, Thomasi vai estar no Artists‘ Alley da CCXP 2015 na mesa 115.
Sobre o Autor
É Bacharel em Psicologia, porém optou por sua grande paixão trabalhando como ilustrador e quadrinhista. É sócio do Pencil Blue Studio e Ponto Zero, podendo assim viver e falar do que gosta: quadrinhos, cinema, séries de TV e literatura.