Filme | A Bela e a Fera

A Bela e a Fera (Beauty and the Beast, 2017) / Direção: Bill Condon / Roteiro: Stephen Chbosky; Evan Spiliotopoulos / Elenco: Emma Watson, Dan Stevens, Luke Evans, Josh Gad, Emma Thompson, Ewan McGregor, Ian McKellen.

A Bela e a Fera[dropcap size=small]H[/dropcap]á dois anos, a Disney anunciava a atriz Emma Watson de The Bling Ring (2013), Noé (2014) e, claro, da saga Harry Potter (2001-2011) como protagonista para o remake live-action da animação de 1991, A Bela e a Fera.

A história, que muitos de nós já conhecemos pelo livro ou por várias das adaptações cinematográficas que foram lançadas ao longo do tempo, conta a trajetória do príncipe Adam, — vivido por Dan Stevens de Downton Abbey (2010-2016) e Legion (2017) — que foi castigado por uma feiticeira após humilha-la quando a mesma encontrava-se na forma de mendiga pedindo abrigo em seu castelo, ela viu que faltava amor em seu coração e a transformação do príncipe em Fera externou em sua aparência o jeito que ele era por dentro. Não apenas ele foi transformado, mas todos os que viviam em seu reino, além de serem esquecidos por todos.

Apenas se o príncipe se apaixonasse e se a pessoa em questão correspondesse aos seus sentimentos, o feitiço seria quebrado. Isto é, antes de cair a última pétala da rosa que a feiticeira lhe deu, marcando o tempo que ele tinha para fazer isso acontecer.

Dirigido por Bill Condon de O Quinto Poder (2013) e A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 e 2 (2011-2012), o primeiro grande impacto visual do filme é o dos habitantes da corte: compostos de forma excêntrica, com muito exagero e pompa, algo que muito lembra a corte de Versailles, ainda mais considerando o fato de que a saga se passa na França, provavelmente entre os séculos XVI-XVIII. 

A Bela e a Fera

Bela (Emma Watson) é uma moça que ama ler e sonha em viver “muito mais do que a vida no interior” pode lhe proporcionar. Ela vive com o pai, Maurice (Kevin Kline) que é inventor, no interior da França. Tanto Bela quanto o pai são considerados estranhos por todos do vilarejo. Bela é constantemente cortejada pelo arrogante e convencido caçador  Gaston (Luke Evans) — cujo abomina — e por seu fiel seguidor LeFou (Josh Gad). 

A Bela e a Fera

Um dia, Maurice perde-se do caminho ao viajar e acaba entrando no castelo da Fera, onde é feito prisioneiro. Bela só sabe que o pai está em perigo quando o cavalo de Maurice volta sem ele. Sem pensar duas vezes, Bela deixa o cavalo — Phillipe — conduzi-la até onde o seu pai estava. Ao chegar no castelo, Bela oferece-se para ser prisioneira no lugar do pai.  E, é como prisioneira da Fera que Bela descobrirá coisas sobre si mesma, sobre a Fera, e ambos sobre seus sentimentos conforme vão ficando juntos e se conhecendo.

A Bela e a Fera

Quem viu a animação de 1991, vai se surpreender com a fidelidade do remake ao clássico em muitos momentos: no figurino; nas falas, nas expressões, nas músicas etc. Porém, nem só do passado vive a Disney, por isso, esperem por várias surpresas, tal como vimos em todos os remakes live-action da  fábrica de sonhos do Mickey até agora. 

A trilha sonora conta com a voz dos próprios atores, Emma canta os sucessos “Belle” e divide a voz com Dan Stevens em “Something There”, ao passo que os mais experientes na música como Josh Gad — o Olaf de Frozen (2013) — e Luke Evans — que já atuou em musicais — tornam “Gaston” uma versão ainda mais divertida e dançante enquanto a clássica “Beauty and the Beast” na cena da dança fica na responsabilidade de Emma Thompson que vive a madame Samovar. Sem esquecer de mencionar que Celine Dion volta a cantar outro tema intitulado de “How Does a Moment Last Forever”, deixando o tema principal “Beauty and The Beast” para Ariana Grande e John Legend.

A Bela e a Fera

No elenco ainda temos Ewan McGregor que vive o audacioso Lumière — quem viu Ewan cantar em Moulin Rouge (2001), certamente vai gostar de vê-lo neste filme —, Sir Ian McKellen como o obediente Horloge, a poderosa voz de Audra McDonald como Garderobe, o charme francês muito bem expressado de Gugu Mbatha-Raw para dar vida à Plumette e Stanley Tucci como o maestro Cadenza.

A Bela e a Fera

A escolha de Emma Watson para viver Bela não poderia ter sido mais acertada, Emma é muito envolvida com causas sociais, com o feminismo, com os direitos humanos, tem um clube de leitura no Instagram — o “Our Shared Shelf“, além de ser formada em Literatura. Certamente, a semelhança natural entre ela e a personagem é inegável, como a paixão por livros e um “Q” de como Bela seria se vivesse no século XXI e se fosse real.

O ator de Downton Abbey, Dan Stevens, que atualmente vive o auge de sua carreira ao interpretar o  filho do professor Xavier em Legion — que inclusive foi renovada para a segunda temporada — e ao mesmo tempo representando um dos príncipes favoritos que compõem o acervo de contos de fadas da Disney. Além de demonstrar uma grande dedicação, tal como Emma, ao aprender a cantar para o papel e entregar uma Fera que é impulsiva e furiosa, mas que também é cômica.

Tive algumas preocupações quanto ao uso de efeitos especiais no filme ao ver o trailer, principalmente ao se tratar da Fera, pois o uso parecia ser “muito aparente” e isso me incomodou bastante. Porém, com o 3D, o resultado é lindo de ser apreciado.

Houveram questões que foram polemizadas nas semanas de pré-lançamento e lançamento: A primeira é de que Bela sofreria de Síndrome de Estocolmo que consiste em uma pessoa que sofre danos nas mãos de outra por muito tempo e acaba sentindo algum tipo de afeto pelo agressor. Esse questionamento logo foi desmentido pela própria Emma Watson em entrevista à revista americana Entertainment Weekly, ressaltando que Bela fez suas próprias escolhas e mantinha sua liberdade de pensamento.

A outra era sobre a releitura do personagem de Josh Gad, LeFou, como homossexual. A reinterpretação do personagem como gay é vista quase de forma implícita — e não creio que altere em absolutamente nada do curso da história.

A Disney, mais uma vez, conseguiu entregar um bom remake: com um figurino impecável, tanto os aldeões, como os cortesões estão divinamente bem vestidos (sem contar a fidelidade ao figurino de Bela, em especial o icônico vestido amarelo) — fato que me leva a crer que o filme se dignifica a concorrer ao Oscar de “Melhor Figurino” e/ou “Melhor Cabelo e Maquiagem” — com novidades, com conscientização de causas sociais (na medida e sem exagero), com um elenco conceitado que combina visualmente e harmonicamente etc. Enfim, não deixem de vivenciar essa doce experiência nos cinemas. É mágica!

PS: Os próximos remakes da Disney são:

  • Rei Leão que já confirmou Donald Glover como Simba e James Earl Jones — que também dublou o personagem na animação de 1994 — como Mufasa e Jon Favreau como diretor.
  • Mulan que ainda procura atores chineses para compor o elenco, mas já tem a diretora Niki Caro confirmada.
  • Aladdin que também ainda procura elenco árabe e diretor.

Não se sabe ao certo quais dos dois filmes será lançado primeiro, as maiores especulações são de que seja Rei Leão, no entanto, a Disney divulgou uma lista dos seus lançamentos no ano passado e Mulan estaria até então previsto para novembro de 2018 — e eu espero que saia primeiro mesmo (risos).

A Bela e a Fera | Dados no IMDB

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Trailer | A Bela e a Fera

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Publicitário, estudante de jornalismo e aspirante a artista. Ama passar o dia com o fone de ouvido, ir ao cinema e andar pela Doca de Souza Franco como se não houvesse amanhã. É Marvete e DCnauta pois, aproveita de tudo.

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