[ms_dropcap color=”” boxed=”no” boxed_radius=”8″ class=”” id=””]O[/ms_dropcap] cenário mundial tem sido bombardeado com inúmeras obras do universo Zumbi. Hoje em dia o zumbi não é mais visto como um ser que deveria nos assustar, mas sim uma figura Pop, divertida de se acompanhar em qualquer segmento lançado.
Febre Vermelha, de Francis Graciotto, pega a essência do zumbi em sua origem e o transforma novamente na figura temível que me fez gostar dessas criaturas, como quando jogava os antigos jogos de Resident Evil e assistia aos filmes antigos. Falaremos dessa obra surpreendente hoje.
Febre Vermelha | Início tranquilo, mas por quanto tempo?
Já no prólogo, uma cena tensa. Ficamos sabendo que um navio desgovernado foi de encontro ao litoral de Praia Grande, chocando-se com o solo da praia. Dentro, nenhum ser vivo, aparentemente. Fábio Vélez, policial, é o primeiro a entrar na embarcação, e o que encontra muda sua vida para sempre.
No primeiro capítulo somos apresentados a uma família, formada por Gilberto, o pai, Monique, sua esposa, e Rita, sua filha. Ambos estão aproveitando as férias em Santos, após muito trabalho como Neurofisiologistas na USP. Rita não para de pensar em seu namorado que estava na capital, e anseia por retornar o mais breve possível.
Já em outro núcleo, somos apresentados a Gilberto, estudante que, juntamente com uma turma de amigos, haviam descido a Serra para ver a queima de fogos do Ano-Novo na praia de Santos. Também conhecemos Jorge, bandido que sonha em mudar de vida após um ultimo roubo de carro.
Auxiliado pelo comparsa, Carlinhos, tentam roubar um carro, mas são interceptados pela Polícia. Carlinhos consegue escapar, mas Jorge vai preso. Jorge sonha em mudar de vida, pois sua esposa está grávida, morando em São Paulo. Seu desejo era roubar este carro para enfim voltar à capital, mas agora parece que não será mais possível.
Esses personagens não tem nada em comum, e nem se conhecem. Mas com o desenrolar da história, coisas terríveis vão acontecendo. Tentarei não dar spoilers, mas falarei um pouco das situações vividas.
Monique, esposa de Gilberto, descobre que sua irmã havia sido internada com uma doença não diagnosticada em São Paulo, e corre para a capital juntamente com Rita, que só pensa em reencontrar seu namorado. Lá chegando, Rita e seu namorado vão à academia que costumam treinar Kung Fu, onde também planejam “matar a saudade”. São interrompidos por um dos alunos, que tenta a todo custo entrar na academia, desesperado.
Ao entrar, conta que havia sido mordido por uma senhora completamente descontrolada, e logo pessoas no mesmo estado dessa senhora começam a forçar entrada na academia. Rita e seu namorado, então, protagonizam uma das cenas de ação mais bem elaboradas que já li.
Francis narrou um combate de forma tão real que foi possível imaginar absolutamente tudo que os personagens faziam, o que me deixou extremamente satisfeito e aflito, afinal a cena foi escrita de maneira bem tensa. Só tenho que parabenizar o autor por essa narrativa.
Jorge consegue escapar, com a ajuda de Carlinhos, pois todos os policiais estavam tentando combater uma horda de seres humanos completamente descontrolados que invadiam a delegacia, matando à mordidas muitos policiais. A dupla então rouba uma moto e parte para São Paulo, onde tentarão encontrar esposa de Jorge.
Gilberto é chamado às pressas, por Pietro, que largou uma carreira de militar para ser segurança de uma empresa que atuava em uma das ilhas de Santos. Chegando lá, Pietro conta toda a verdade do que a empresa fazia, e como Neurofisiologista, Gilberto entende o que as consequências das atividades da empresa podem trazer.
Parte então para São Paulo, onde tentará encontrar sua esposa e sua família. É quando o caminho deles esbarra com Gustavo, aluno de Gilberto. Deixei esse núcleo para o final, pois foi o que mais me surpreendeu.
Gustavo e sua turma curtiam finalmente o Ano-Novo, com uma queima de fogos e muita pegação. É quando um dos amigos de Gilberto percebe um senhor passando mal na orla da praia. Tenta ajudar, mas o senhor estava extremamente agressivo, transformado em um ser completamente ensandecido, mas em algum momento volta à si e pede ajuda.
Com ajuda de mais amigos, é levado ao posto médico que havia por perto.Tudo normal, um dos amigos apenas relatando ter sido mordido pelo senhor, continuam curtindo a noite e vão embora para uma casa alugada, onde Gustavo dorme com uma de suas colegas. Ao acordar, percebe algo estranho na casa.
Ao sair, vê pelo lado de fora que, na cozinha, um de seus amigos havia sido assassinado, com a barriga aberta e vísceras espalhadas. Uma cena terrível, com sangue para todos os lados. Gustavo corre para encontrar sua namorada, mas é surpreendido por um de seus amigos, completamente transformado num ser de pura raiva, olhos vermelhos e espumando sangue.
Muita luta acontece nessa parte, resultando em mais mortes, tanto do amigo transformado quanto dos restantes não transformados, restando apenas Gustavo e sua namorada, que havia sido mordida por uma das criaturas. Eles então fogem na tentativa de encontrar um hospital, mas todos estão completamente lotados. É quando a namorada de Gustavo começa a se transformar, virando um dos seres que Gustavo combatera antes.
Desesperado, começa a acelerar e colide com outro carro. É nessa hora que encontra Gilberto e Pietro, que mata a namorada de Gustavo sem dó. Juntos, o trio se encaminha para São Paulo.
Me alonguei muito na tentativa de explicar o início do livro, mas esse início foi extremamente satisfatório. De uma cena tranquila que todos viviam, um completo pesadelo pode acontecer em instantes. Uma situação surreal vivida por todos, e tão bem escrita que me senti vendo um filme em minha cabeça.
A tensão permeia esse início, e não para no resto do livro. Na Via Anchieta, todos os caminhos se cruzam, e contam com a chegada de mais um personagem, Pastor André, que viajava com sua família. Ao se encontrarem, Gilberto, Pietro, Gustavo, Jorge, Carlinhos, Pastor André e família tentarão fazer o possível para irem até São Paulo, onde tentarão resgatar Rita e Monique e a esposa de Jorge.
Pietro assume a liderança por ser militar, e mais cenas de puro terror se passam. Aqui nesse ponto deixo de narrar os acontecimentos do livro para evitar mais spoilers, mas posso garantir que o autor segura a tensão em todo o momento.
Febre Vermelha | Tenso, assombroso e brilhante
O título dessa seção já resume o que achei dessa obra. Rever os zumbis em sua forma, como seres raivosos, canibais e assassinos, foi um enorme prazer para mim, e agradeço ao Francis por ter cedido uma cópia dessa excelente obra para apreciação.
O livro conta apenas com um defeito que eu me sinto na obrigação de ressaltar: não possui separação entre os núcleos. Esse problema se deve à diagramação, que não os inseriu, uma vez que no original esses espaços existiam.
Não é culpa do autor, não prejudica a leitura, apenas faz o leitor ter que dar uma esforçada para lembrar quem é o fulano que tá sendo mencionado e onde está a continuação do que estava sendo relatado. Incômodo temporariamente, mas não atrapalha o resultado final do livro, o sentimento de “Que Obra” que vem ao virar a ultima folha.
Como brasileiro natural de São Paulo e habitante, por pouco mais de 6 anos da minha vida, de Santos, fico muito orgulhoso de saber que esse pedaço do Brasil pode contar com um autor tão talentoso na narração e na criação de uma obra tão bacana.
Um adendo importante à se fazer aqui: o livro foi totalmente escrito pelo Francis Graciotto, mas a história foi co-criada com um amigo dele, Rafael Sauce. Deixarei abaixo um vídeo onde ambos falam mais dobre isso, assim como também deixarei um link para o site do livro, que possui alguns contos do universo da obra. Todos logo aqui abaixo.
A arte de capa é digna de nota com toda certeza. Um esquema de cores inusitado para o tema, Branco e Vermelho, que chama a atenção de qualquer leitor em qualquer prateleira. Duvido que uma pessoa passe os olhos por uma prateleira de exposição de livros e não note Febre Vermelha, com essa capa chamativa e brilhante.
Créditos ao ilustrador Marcus Zerma, que criou essa brilhante ilustração. A diagramação conta com aqueles erros mencionados anteriormente, mas não deixa a desejar nos demais aspectos. Revisão bem feita, com poucos erros encontrados, e uma qualidade física muito boa, garantida pela editora Máquina de Escrever, que me era desconhecida antes dessa obra.
Minha recomendação é que leiam essa obra o mais rápido que puderem, pois ela foge do clichê no final, garanto isso à você, leitor. Recomendado fortemente aos fãs do bom terror e aqueles que buscam uma visão do antigo zumbi, do Zumbi Raiz (eu sei que esse meme já encheu).
Leiam, pois não se arrependerão. Link de onde comprar abaixo. Não deixem de comentar, e também não deixem de acompanhar esse autor brilhante, que promete trazer muito mais do universo dessa incrível obra.
Febre Vermelha | Sinopse
Um navio desgovernado encalha nas pedras em Praia Grande, com sua tripulação brutalmente assassinada em alto mar. Em pleno verão na Baixada Santista, a manchete nos jornais é vista com indiferença pela população, que está mais preocupada em curtir o feriado de ano novo.
Em poucos dias, uma epidemia misteriosa se espalha pelo litoral, deixando seus infectados com uma febre ensandecedora, olhos vermelhos e fome insaciável. Ocorrências de extrema violência e canibalismo tornam-se cada vez mais comuns, e as autoridades não são capazes de lidar com o caos que domina as ruas e ameaça contagiar todo o país.
Com cenários reais em Santos, São Paulo e região, acompanhe a perigosa jornada de um grupo de sobreviventes, cada um com motivações e problemas pessoais, dispostos a fazer o que for preciso para sobreviver à Febre Vermelha.
Febre Vermelha | Sobre o Autor
Viciado em histórias de terror (literatura, filmes, séries, HQs, o que for!), sempre quis escrever um livro e decidi que 2014 seria o ano para isso. Demorou mais que um ano, mas a história ficou pronta e acabou rendendo também alguns contos. Espero que vocês gostem.
Febre Vermelha | Links
- Skoob: https://goo.gl/cJLRyy
- Site da Obra com contos: https://goo.gl/HEaBHM
- Compre no Submarino: https://goo.gl/awGPz9
- Compre nas Livrarias Curitiba: https://goo.gl/t3rD9D
- Página no Facebook: https://goo.gl/YSy4KD
- Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=JGWxX3YLaws
Resenha | Febre Vermelha
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Resumo
Um navio desgovernado encalha nas pedras em Praia Grande, com sua tripulação brutalmente assassinada em alto mar. Em pleno verão na Baixada Santista, a manchete nos jornais é vista com indiferença pela população, que está mais preocupada em curtir o feriado de ano novo.
Em poucos dias, uma epidemia misteriosa se espalha pelo litoral, deixando seus infectados com uma febre ensandecedora, olhos vermelhos e fome insaciável. Ocorrências de extrema violência e canibalismo tornam-se cada vez mais comuns, e as autoridades não são capazes de lidar com o caos que domina as ruas e ameaça contagiar todo o país.
Com cenários reais em Santos, São Paulo e região, acompanhe a perigosa jornada de um grupo de sobreviventes, cada um com motivações e problemas pessoais, dispostos a fazer o que for preciso para sobreviver à Febre Vermelha.
Sobre o Autor
Um leitor assíduo da fantasia e do terror, vem descobrindo aos poucos as maravilhas da Ficção Científica e dos Romances Históricos. Crítico e perfeccionista, procura falhas até nos livros mais perfeitos. Nas horas vagas escuta Heavy Metal e lê ainda mais.