Já ouviu falar em Doramas? Então que tal falarmos um pouco sobre eles e dar uma dica para quem quiser começar a se aventurar nesse universo? Ou para quem já conhece, mas não o assistiu ainda…
Para abordar sobre algo que sou particularmente fã, preciso começar com uma breve apresentação sobre do que se trata um dorama: Os doramas também conhecidos como k-dramas, são um meio de entretenimento midiático sul coreano que podem ser comparados a novelas (e no Brasil se entende muito sobre isso, pois somos um dos grandes distribuidores desse formato de mídia), tendo entre seus assuntos abordados; problemas familiares, sociais, amorosos e culturais.
Eles também podem ser comparados a séries, abordando temas de fantasia, ação e mistério, e muita das vezes também se encaixam a isso pela quantidade reduzida de episódios, entre 16 a 20, não sendo um padrão, pois pode variar em quantidade de episódios, durando tanto quanto uma novela brasileira, ou no tempo de cada um deles, geralmente entre 50 minutos à 1 hora de duração e ainda podendo ser mais curtos (e põe curto nisso), com em média 10 min, que é o caso do dorama que vou indicar.
Uma curiosidade sobre eles é que são tão difundidos e apreciados por lá que não são só usados como meio de inserir propaganda, mas podem ser produzidos como uma propaganda, onde o envolvimento dos personagens e interação gira em torno da utilização de determinado produto.
Apesar de se esperar que seja um país mais conservador, por sua localidade geográfica, a sua ligação com o ocidente decorrente da ocupação americana a Coreia do Sul no fim da segunda guerra mundial pode ter feito com que isso não fosse tão predominante, ao menos na forma de se mostrar para o resto do mundo, tendo uma influencia ocidental em seu jeito de fazer mídia, e pode ser por conta disso tenhamos uma grande afinidade com os enredos apresentados nos doramas.
A relação com familiares, colegas de trabalho, amigos e relações amorosas dos personagens podem ser associadas também ao nosso cotidiano, mesmo sendo de um país com uma cultura muito diferente da nossa.
Podemos destacar sobre os doramas que seus personagens são construídos com uma complexidade bem trabalhada. Sua personalidade, envolvimento do personagem com o meio, e do meio com o personagem, não se limitando em ser simplesmente bons ou maus, tendo as nuances entre um e outro, abordadas de forma bem desenvolvida mesmo nos defeitos e pretenção de cada um, o que os aproximam mais da apreciação do público.
Clichês e estereótipos de gênero e cultura também podem se fazer presentes de forma inteligente e por vezes descontraída, o que os tornam mais apaixonantes.
DRAMAWOLRD, Um mini-dorama que vale a pena assistir
Agora que já discorremos sobre o que é, vamos à dica que prometemos. E para introduzi-lo podemos fazer um questionamento. E se os doramas fizessem parte de um universo a parte onde os personagens não tivessem noção da sua existência para o entretenimento e que simplesmente vivessem a duração de seus episódios como sua vida de verdade, esquecendo assim da existência daquela narrativa quando o fim do enredo fosse alcançado, e vivendo o inicio da próxima como um personagem diferente em uma história diferente, como se fosse a única vida que tivessem.
Foi essa a ideia que o Viki (site de TV global com legendas em mais de 200 idiomas, criada por fãs para fãs) que em 2016 produziu o Dramaworld que, aliás, está no catalogo da Netflix (isso, por si, já cria uma boa expectativa). Que trata sobre o universo dos dramas coreanos, jornada e amadurecimento dos personagens e a construção do enredo no decorrer de cada episódio.
Tudo isso sobre a perspectiva de uma apaixonada por k-dramas, Claire, que por acidente acaba dentro de sua série favorita e tem que lidar com os problemas e leis desse universo à parte. Regras com a de não poder interferir explicitamente, podendo atuar somente como facilitadora ajudando os personagens com “coincidências” que aproximam os mocinhos para que ocorra o tão esperado beijo, que leva ao fim do ciclo e dá espaço a um novo, como um loop narrativo.
Mas ela não consegue ser só uma espectadora enquanto está dentro de sua história favorita. Tendo a intenção de fazer os mocinhos chegarem ao tão esperado “final feliz” a interferência de Claire nesse mundo acaba não sendo tão discreta como deseja, o que pode afetar o mundo dos doramas e fazê-lo entrar em colapso, podendo o Dramaworld deixar de existir para a apreciação dos apaixonados por ele.
Esse drama conta com dez episódios de 10 minutos (bem curto, mas tem um desenvolvimento muito agradável e descontraído) e é uma boa pedida para quem quiser dar uma oportunidade a esse formato.
As Autoras
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